As Mentiras da EDP |
Apesar da Declaração de
Impacte Ambiental (DIA) que permite à EDP construir uma barragem hidroeléctrica
junto à foz do rio Tua obrigar “a encontrar uma alternativa de mobilidade,
incluindo o estudo da viabilidade de construção de um novo troço de ferrovia”,
a EDP cf. JN 28/11/2009 “não vai
apresentar nenhuma proposta para construir uma nova linha férrea entre Foz-Tua
e a zona da futura barragem, em Carrazeda de Ansiães.” E assim prevê ficarem
debaixo de água 16 km entre Foz-Tua e Brunheda, o que implicará a morte
definitiva desta ferrovia.
O Bloco de Esquerda vem desta
forma opor-se de forma veemente a este encerramento compulsivo e alertar as
populações para os inevitáveis prejuízos para o país, a região e os seus
habitantes.
A Linha do Tua garante um
inegável serviço público de transporte no acesso ao Porto (via linha do Douro)
e a Mirandela, podendo tornar-se uma via estruturante e fundamental para a
região se for garantida a reabertura da Linha do Douro até Barca de Alva, bem
como uma futura ligação a Sanábria em Espanha e tornar-se um importante pólo de
dinamização turística se for modernizada a sua estrutura ferroviária e dimensionada
para esta vertente. Todos conhecem a importância de bons serviços públicos de
transportes para economizar custos energéticos e a importância fundamental e
estratégica do transporte ferroviário.
A construção da barragem
pressupõe ainda a destruição de um património paisagístico ímpar integrado na
área classificada pela Unesco como Património da Humanidade, assim como uma
via-férrea a todos os títulos notável da engenharia portuguesa que integra,
junto de Foz-Tua, a primeira ponte ferroviária construída por Eiffel no nosso
país.
A inundação do vale do Tua
acarreta também a submersão das terras que são o sustento de muitos
agricultores e não será a troco de qualquer indemnização que se apagará em
definitivo o prejuízo agrícola e ambiental de todo o vale para as gerações
presentes e futuras.
A população de Trás-os-Montes
e Alto Douro sabe que não retirou qualquer proveito das barragens construídas
no Douro e continuam a ter um abastecimento eléctrico deficiente, com contínuas
interrupções e com um custo eléctrico do Kw bem superior às populações vizinhas
de Espanha. A estrutura do Bloco de Esquerda de Trás-os-Montes e Alto Douro apela a toda a população e especificamente à responsabilidade dos autarcas dos concelhos afectados pela barragem para que unam esforços e não deixem destruir com ligeireza uma herança impar que a natureza e o trabalho dos nossos antepassados nos deixou, a troco de um pseudo-progresso que só contribui, sobremaneira, para aumentar os lucros da EDP e dos seus gestores em detrimento dos altos interesses do país e da região transmontana. Comunicado da Distrital do Bloco de Esquerda de Bragança |