"Política da troika desestabilizou o país"
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Durante a visita à Feira do Fumeiro de Vinhais, João Semedo voltou a defender que “o emprego e a economia é que podem tirar o país da crise, não é a austeridade”. O coordenador bloquista acredita que o anunciado corte de 4 mil milhões no Estado Social irá "incendiar ainda mais o protesto e o descontentamento popular”.
 
 O Governo prepara-se para receber a troika no fim de fevereiro e acolher algumas das medidas do relatório que encomendou a "especialistas" como o espanhol Carlos Mulas, entretanto despedido por fraude da fundação do PSOE que dirigia. No fim da reunião do Conselho de Ministros deste sábado, o secretário de Estado Carlos Moedas não quis especificar onde é que PSD e CDS pretendem agora retirar a proteção social à população, mas os sinais de instabilidade estão a alastrar às Forças Armadas, com as recentes notícias a dar conta da intenção do Governo em cortar efetivos.

Para o coordenador bloquista, que visitou este domingo a Feira do Fumeiro, em Vinhais,  “o país vive numa intensa efervescência, numa intensa instabilidade e essa instabilidade (dos militares) é mais uma que se associa a muitas outras”. Em declarações à Lusa, João Semedo afirmou que “toda a instabilidade social provocada por esta política da ‘troika’ não é boa para o país, esta política desestabilizou a sociedade portuguesa, esta política de austeridade impôs um colapso económico”.

“Não é preciso estar muito prevenido para perceber que a guerra total que o Governo declarará ao país e aos portugueses se insistir em cortar quatro mil milhões de euros no Estado Social, não deixará de acentuar e de incendiar ainda mais o protesto e o descontentamento popular”, sublinhou Semedo.

Dando o exemplo do evento anual de Vinhais, Semedo defendeu que “o emprego e a economia é que podem tirar o país da crise, não é a austeridade”. Para o coordenador do Bloco, "nesta feira é de economia que se trata, porque se trata de promover produtos, trata-se de promover produtores e isso é muito importante para a economia nacional”.

Com a visita a decorrer à mesma hora da reunião da Comissão Nacional do PS, onde António José Seguro apresentou o documento que preparou com António Costa e que intitulou "Portugal Primeiro" - o mesmo título da moção que levou Passos Coelho à liderança do PSD, o que motivou algum incómodo entre os dirigentes do PS e obrigou à mudança apressada do título para "Declaração de Coimbra" - Semedo preferiu esperar para  “saber qual é o Partido Socialista que sairá de toda esta situação”, ou seja, "se vai continuar neste equilíbrio muito instável, com um pé na oposição, um pé na ‘troika’".