Em defesa do Helicóptero |
O Bloco de Esquerda, | sempre defendeu a permanência
de serviços públicos nas aldeias, vilas e cidades deste país. Defender os
serviços públicos é, mais do que uma questão de ideologia ou de política, defender
a dignidade das pessoas; com especial relevo, para as populações das regiões
mais despovoadas e esquecidas do país, como é o caso da região de
Trás-os-Montes.
Temos assistido no Distrito de Bragança, a uma
sangria sem fim dos nossos serviços públicos, desde tribunais e correios, a
freguesias e escolas, sendo, também, a saúde uma das áreas visadas no egoísmo e
despotismo dos actuais governos; as urgências e valências dos nossos hospitais,
principalmente o de Macedo de Cavaleiros, foram: encerradas, deslocadas e
novamente encerradas, ou ao fecho condenadas e votadas, pelos governos de
Lisboa. Tudo isto com alguma passividade dos nossos autarcas e representantes,
que preferem defender os interesses pessoais e políticos, ao invés de defender
os interesses do distrito.
Não é o caso do helicóptero, este merece o consenso
dos nossos autarcas e a consciência da sua importância para a saúde no nosso
distrito. E é nossa obrigação, relembrar ao país e aos governos que, a vinda
deste meio aéreo de assistência médica para a cidade de Macedo de Cavaleiros, foi
devida ao encerramento de vários Serviços de Atendimento Permanente no distrito
e a sua localização, devida à centralidade do concelho. Fecharam as urgências,
porque os números não justificavam os gastos, e veio o helicóptero, este, por
sua vez, já salvou muitas vidas devido à sua posição geográfica que lhe permite
cobrir, não só, os vários pontos do distrito em pouco tempo, como, também,
parte do distrito de Vila Real.
Agora enfrentamos a possibilidade da sua
deslocalização para Vila Real, justificando-se que daí será muito mais rápida a
sua intervenção nos dois distritos. Chega de mentiras e aldrabices, em nome dos
interesses pessoais, só quem ignore a geografia da região se pode deixar
enganar. Como querem convencer-nos de que, situando o Helicóptero em Vila Real,
o tempo de socorro a Freixo Espada à Cinta, ou a Miranda do Douro será até
encurtado e ficará dentro dos limites da “golden hour” (60m) se este se afasta
desses concelhos? Como justificar que, dos três helicópteros com mais saídas no
país, dois (Macedo de Cavaleiros e Aguiar da Beira) sejam deslocalizados para
localidades mais a sul da actual posição (Vila Real e Santa Comba Dão) e um
seja extinto (Baltar), diminuindo-se assim a cobertura de regiões empobrecidas
quer pela falta de serviços públicos, quer pela falta de vias de comunicação
modernas, ou modernizadas? No entanto, o helicóptero de Loures, aquele com
menos saídas em todo o país, situado numa região rica, quer em acessos aos
hospitais, quer em número e equipamento dos mesmos, mantém a sua posição.
Meus senhores, a urgência oftalmológica já só
funciona durante o dia, como se a doença e os acidentes escolhessem hora para
ocorrer. Cortam-nos serviços, como quem corta a água e o gás durante a noite
para poupar nestes tempos de crise. Não somos apenas números, nem alvos de
experiências, meus senhores, também, somos cidadãos deste país e como tal,
todos merecemos o mesmo respeito e as mesmas condições. Governai o povo que vos
elegeu, não governeis as vossas carteiras e as dos amigos. Os transmontanos
agradecem.
Apoiamos a manifestação, do passado dia 15 de
Setembro, em Macedo de Cavaleiros, de Homens e Mulheres transmontanos
empenhados em defender os Serviços Públicos da Região e não aceitamos que mais
nenhum serviço público seja privado à Região!
BE/Macedo de Cavaleiros – 20.Setembro.2012
Blogue: http://bloco-macedo.blogspot.pt/ E-Mail: Este endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o JavaScript terá de estar activado para que possa visualizar o endereço de e-mail |