Transportes alternativos regressam à Linha do Tua

barragem_edp1.jpgNo início do mês, a CP anunciou a supressão dos transportes alternativos nos troços que o Governo encerrou na Linha do Tua. A deputada Catarina Martins inquiriu o Governo e os autarcas da região protestaram, levando agora ao recuo da empresa e ao regresso dos transportes alternativos.

A última linha ferroviária do Nordeste Transmontano tem os dias contados por causa da construção da Barragem de Foz Tua, embora a Declaração de Impacto Ambiental tenha imposto como contrapartida a elaboração de um plano que assegure a mobilidade naquela zona. Sem comboio desde 2008, as populações têm recorrido aos táxis, que a CP é obrigada a pagar ao Metro de Mirandela. O serviço de táxis custa 125 mil euros por ano, metade da verba disponibilizada para assegurar o transporte entre Mirandela e o Tua.

Mas a CP decidiu unilateralmente deixar de pagar os táxis no dia 1 de julho, com um comunicado de dois parágrafos publicado na sua página da internet, sem no entanto dar conhecimento disso aos utentes. Os autarcas locais protestaram de imediato e a deputada bloquista Catarina Martins levou a questão ao Ministério da Economia, considerando-a uma "expressa violação das recomendações e obrigações da Declaração de Impacto Ambiental" e quis saber em que estudos se baseou essa decisão, "tendo em conta a total ausência de análise sobre a especificidade da linha do Tua no Plano Estratégico dos Transportes implementado por este governo".

Os protestos locais e a pressão política obrigaram a CP a recuar na decisão de deixar de pagar o transporte dos passageiros da linha e o presidente da Câmara e do Metro de Mirandela veio anunciar ter recebido garantias do secretário de Estado dos Transportes que o serviço será reposto esta quarta-feira. Mas também referiu que a solução será transitória até setembro e que “durante estes três meses vai ser estudada a solução definitiva” para o transporte alternativo.