O tema quente dos museus macedenses
Não sabemos o real motivo porque os dois museus municipais, “Martim Gonçalves de Macedo” e “de Arqueologia Coronel Albino Pereira Lopo”, geridos pela Associação Terras Quentes (ATQ) encerraram no passado dia 2 de Janeiro, não sabemos se foi o Executivo que deu o dito por não dito, se a ATQ como parece afirmar a Câmara exigia uma maior fatia do bolo, ou se dizendo o
mesmo por palavras diferentes ambos fincaram pé puxando em sentidos opostos e assim não saindo da cepa torta. O que sabemos, e do qual temos certeza, é que saiu prejudicada a cidade e saindo prejudicada a cidade saiu prejudicada a população; a que a habita e a que a visita. Os museus são escassos em visitas, é verdade, (e este é um facto que não afecta apenas esta
localidade e de que não vale agora a pena andar a apurar razões e responsabilidades), não obstante, ainda que pouco visitados fornecem um valioso serviço não apenas cultural como cívico ao concelho; motivo pelo qual, independentemente de quem quer sejam os culpados, nunca poderia a
situação ter chegado a um “ultimato” que passa pelo seu simples e obstinado encerramento e a possibilidade de o município se ver, inclusive, privado do seu património. Esta parece somente uma guerra de egos em que não se olha para vítimas e danos colaterais, não importando o quanto se põe em causa a riqueza cultural de uma localidade e o quão se priva a sua população da sua história. E nesta guerra, como qualquer outra, o interesse económico sobrepõe-se a todos e quaisquer valores morais.
Para o Bloco de Esquerda a promoção do conhecimento exige uma intervenção cultural activa, combatendo o défice do atraso: a vida cultural é uma parte fundamental da democracia, e uma prioridade para o desenvolvimento, como o são a saúde ou a educação. O Bloco entende as políticas culturais públicas como instrumento de consagração da liberdade de expressão e de criação independentemente das leis da oferta e da procura, isto é, independentemente da rentabilidade imediata, do retorno financeiro ou da submissão a estatísticas de audiências.
Posto isto, esperamos que seja breve e satisfatória a resolução desta quezília (que é já sequela de igual conflito no ano transacto) pelo bem da cultura e pelo superior interesse da população.
BE - Macedo de Cavaleiros
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