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Pedreira ameaça Rio Maçãs Imprimir e-mail

paulo_seara.jpgNo início deste mês de Fevereiro a Associação Protectora Amigos do Maçãs manifestou-se uma vez mais contra a instalação de uma pedreira de quartzo a 50 metros do Rio Maçãs, na fronteira entre Portugal e Espanha em Bragança. A povoação mais próxima, Quintanilha, dista 150 metros do local de instalação da pedreira. Esta questão arrasta-se desde 2008, sem que a Agencia Portuguesa do Ambiente apresente qualquer ideia sobre este tema, o ICNB, afirmou que o assunto não lhe compete, recordo que o Parque Natural de Montesinho é tutelado por esta entidade. Do lado espanhol, a Junta de Castela e Leão, chumbou o estudo de impacte ambiental duas vezes, objecto de discussão pública, e forneceu dados ao município de Bragança, que possibilitaram uma leitura da questão. A Associação Protectora do Maçãs, a Câmara Municipal de Bragança, a população local bem como as localidades ribeirinhas, demonstram grande preocupação. Do lado do estado português, o silêncio e a negligência podem sair caro ao Maçãs. O estado português tem o dever de accionar os procedimentos comunitárias para intervir neste assunto, como aliás acontece com situações análogas, e dar o seu parecer. A instalação de uma pedreira junto ao rio, vai provocar efeitos nocivos na água, fauna e flora local, na saúde dos habitantes, pois a sílica libertada pelo quartzo é fatal aos pulmões provocando silicose.

A pedreira, com uma área de 25 hectares vai afugentar turistas e visitantes do parque de lazer do colado, inserido no parque natural de montesinho, um investimento de 200 mil euros potenciador a médio prazo de desenvolvimento verde, e põe em risco do lado espanhol, um castro, importante para o estudo do património e pólo de interesse cultural. A pedreira põe em xeque um pequeno rio, um dos últimos rios selvagens da Europa, o Rio Sabor, foi o maior rio selvagem da Europa, graças À EDP deixou de ser. Constato que após a solicitação de envio de dados ao município e à APAM a APA, não diga nada; passaram-se 2 anos. Porquê esta metodologia? Está a APA a cumprir os seus objectivos? Ficar em Lisboa à espera de trabalho demonstra falta de zelo, aspecto idêntico no ICNB. Cada um tem juízos de valor sobre a pedreira, à parte disso, os pareceres têm que ser respeitados, mas se o estudo for condicionado não incluído questões chave, o estudo nega-se a si próprio. É melhor ter um parecer negativo do que um truque baixo contra o rio, em Espanha tiveram isso em conta, por cá campeia o excesso de liberalismo e falta de ética. Porquê defender este rio? É claro como a água que o nosso governo não está a cumprir plenamente a diretiva comunitária da água, o Rio Tâmega é actualmente o maior depósito de águas paradas europeu. Haverá outros estados a querer convergir connosco neste ponto, não me parece! Somos um país rico em rios, sobretudo no centro e norte do país, mas o Maçãs em especial tem dimensão e valor. A água, é o recurso mais cobiçado do século XXI, mas quem a tratar como objecto terá mais tarde ou mais cedo a retribuição pelas más práticas. Acredite-se ou não o uso de herbicidas e pesticidas é o principal poluente da água e Portugal tarda em livrar-se dos mais perigosos através de longas moratórias, É sabido que este método de extermínio silencioso pode interferir com a qualidade da nossa comida e com o metabolismo humano. Alguém vai querer tomar banho ou comer peixe de um rio contaminado com sílica? In Fórum Jovem 27.02.2011  
 
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