Querer mas não poder ficar... |
|
|
No inicio desta semana foi notícia o encerramento simultâneo de oito Serviços de Atendimento Permanente (SAP's) nocturnos na região de Trás-os-Montes. É lamentável. Portugal desistiu de substancial parte do seu território e, principalmente, desistiu dos portugueses que aí vivem - "a porta da rua é a serventia da casa" e as populações desta região, se não sabiam já, sabem que podem e devem procurar novos lugares para fazerem suas vidas. É triste que os critérios que justificam esta atitude do Ministério da Saúde sejam a lógica da racionalização dos recursos e meios e a lógica dos raciocínios económicos e financeiros, quando o que deveria acontecer era uma permanente e evidente preocupação com a qualidade e proximidade dos equipamentos e serviços de saúde junto de cada um e de todos os cidadãos de Portugal. Se o governo e o Estado querem rentabilidade que a procurem nos impostos que todos, repito, todos os cidadãos e também os transmontanos equitativamente pagam.
O cenário é desolador e cada vez mais deprimente. Mais deprimente fica quando se percebe a apatia, a indiferença e o silêncio da generalidade dos autarcas da região que de forma alguma se insurgiram perante esta atitude que ostensivamente prejudica as populações desta região. Muito mais deprimente fica quando se percebe que alguns desses mesmos autarcas, eleitos pelas populações, proferem declarações justificativas e desculpabilizadoras, tentanto argumentar acerca da sua (não)posição ou regateando com a tutela medidas compensatórias tais como ambulâncias, macas, lencóis, pensos e adesivos. Ridículo.
Artigo de Luís Vale
|