A extinção de freguesias acarreta duas consequências: para as pessoas, mais marcadamente no interior do país ao qual já pouco ou nada resta, é a quebra de laços identitários; politicamente corresponde a um golpe soez na democracia. Artigo do nosso leitor Jaime Crespo
Ontem e julgo que durante este fim de semana, a Associação de Freguesias, está reunida em congresso, onde a discussão, inevitável recaiu sobre a prevista extinção de centenas, senão milhares, de juntas de freguesia e sua inclusão noutras.
O que até aqui corria à boca fechada é agora impossível de esconder e corre já à boca cheia. É a tática e a técnica política tecnocrática e neoliberal a trabalhar: coloca-se a correr como boato algo que realmente se quer fazer, depois como o povo não reage ou o faz já tarde, o que começou num mero diz que disse, acaba por se fazer lei. Foi assim com o roubo dos salários, encerramento de centros de saúde, portagens nas scut’s, etc.
Pois caros concidadãos, é chegada a hora de agir e juntos defendermos as nossas juntas de freguesia.
Eu digo juntos porque esta é a única maneira de salvarmos as nossas freguesias à extinção.
Eles vão tentar dividir-nos entre aqueles das freguesias que vão ser já extintas e os das que irão continuar e até parece que terão vantagens ao integrarem alguma ou algumas das freguesias agora a extinguir.
Como diz o saber popular, no caso brasileiro, “pimenta no olho do vizinho, para mim é refresco".
Mas não tenhais ilusões. Este é apenas o 1º passo da maquiavélica troika / governo passos coelho / paulo portas, a seguir serão extintas as freguesias que agora se mantiverem, para criar apenas uma ou duas megafreguesias em cada concelho, para numa estocada final, o próprio concelho ser extinto e criada qualquer kafkiana administração.
Por isso, caros concidadãos, ou lutamos, agora, juntos, contra mais esta aberração que nos querem impor ou as terras que nos viram nascer não terão futuro, porque nós, seus filhos, as deixámos matar com a nossa passividade.
Já nos tiraram as estações de correios, acabaram ou reduziram até à insignificância os serviços de transporte públicos, fecharam-nos as escolas, nalguns casos, levaram até a GNR e o padre por não fazerem mais falta. O que querem mais de nós?
Retirar-nos a nossa identidade e apoderarem-se do património material e cultural que uma junta de freguesia encerra e significa para os seus naturais?
Eles querem, se permitirmos, sorver-nos até ao tutano!
Meus amigos, está pois na hora de juntos, dizermos não à extinção de freguesias, sejam elas quais forem.
|
Ler mais...
|
|
Na qualidade de membro eleito na Assembleia Municipal de Bragança gostaria de começar a minha intervenção por partilhar convosco a percepção recente de uma mudança comportamental dos partidos, principalmente do PSD. Fui eleito pela primeira vez em 2005 e desde então sempre tive o meu espaço e tempo de intervenção e nunca fui impedido de exercer o meu mandato. Não sei se coincidências, mas desde que ganharam as eleições e formaram governo radicalizaram a sua postura. Dou-vos dois exemplos dessa percepção:A) Pela primeira vez desde 2005 fui impedido de intervir na A.M. de Bragança;B) Vinte e tal estruturas de Moopy's do BE desapareceram nos distritos de Bragança;Relativamente ao ponto em agenda, gostaria de começar por dizer que subscrevo na íntegra o documento que a Comissão Nacional Autárquica - comissão que integro - produziu e serve de ponto de partida para o debate político que o BE fará a propósito da reforma administrativa que o Governo pretende impor ao país.Não estando de acordo com o "Documento Verde" por considerar que na sua generalidade não serve os interesses das populações, quero manifestar o meu sentimento de preocupação perante a possibilidade de esta reforma vir a acontecer nos moldes propostos por este documento. Por outro lado, considero que uma reforma administrativa é mais do que necessária e urge realizá-la.
|
Ler mais...
|
|
O candidato e cabeça de lista por Bragança, revelou, imperturbavelmente que o próximo ministério da cultura, vai ser extinto, e regressará ao formato de secretaria de estado da cultura. Segundo palavras do próprio “nem sequer vai haver ministério da cultura”. A crise não pode ser desculpa para fazer jigajogas com os ministérios, seja o da cultura, seja outro. O PSD, que foi nos anos noventa, fomentou o ministério da cultura, através de Pedro Santana Lopes vem assim reescrever a história. Esta ideia programática não tem lógica económica, mas sim política, o neoliberalismo sabe que o desenvolvimento cultural de um povo é uma arma perigosa, contestatária. Se a direita e a esquerda reconhecem nos direitos humanos, o direito à cultura, como valor universal e mais valia para o crescimento económico, Pedro Passos Coelho está a ir para além daquilo que disse no livro “Mudar”, onde propunha, com uma vulgaridade economicista colocar a cultura sob alçada do plano nacional de desenvolvimento turístico. O desenvolvimento cultural da última década, lento, mas real, não tem acompanhado as aspirações de proteção social dos agentes culturais.
|
Ler mais...
|
|
Decorreu neste fim-de-semana, dias 7 e 8 de Maio, a 7ª Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, em Lisboa. Tal como tem acontecido desde a 4ª Convenção que aconteceu em 2005, também participei neste encontro nacional, momento maior do nosso movimento. A realização desta convenção, obrigatória estatutariamente, acontece de dois em dois anos e é nela que são eleitos os orgãos nacionais - Mesa Nacional e Comissão de Direitos - e a moção estratégica para o próximo período de dois anos. Tal como acontece desde a fundação do BE, foi a moção A intitulada "Juntar forças pelo emprego e contra a bancarrota", cujo primeiro subscritor é Francisco Louçã, quem venceu esmagadoramente e foi a lista encabeçada pelo Coordenador do Bloco quem venceu as leições para os órgãos nacionais.
|
Ler mais...
|
|
Nestas alturas de eleições a conversa sempre descentra, um pouco, da futilidade das telenovelas e da banalidade da vida dos vulgos famosos. Ao futebol junta-se a política, como tema para discussões (em todas a acepções da palavra excepto a jurídica), sempre com o típico comentário censor, “são todos iguais, sai de lá um do PS, vai para lá outro do PSD, igual a ele ou ainda pior!”; é o chamado pingue-pongue rosa/laranja que dura há mais de trinta anos e onde o perdedor é sempre o povo. Porém, este mesmo censor que mete no mesmo saco, socialistas e social-democratas é, também, o primeiro a desculpar-se e a desculpar a situação, afirmando que se não for um tem de ser outro, como se em Portugal houvessem apenas duas opções de voto, dois únicos partidos políticos e nenhuma solução.
|
Ler mais...
|
|
Aquilo que está a acontecer em Portugal é muito triste e perigoso. Nunca como nos dias de agora se assistiu a tamanha campanha de difusão ideológica, tamanho esforço por mentalizar as "massas" para a inevitabilidade do projecto neoliberal e tamanha concertação opinativa nos média. O esforço é comum: fazerem crer que a intervenção do FEEF e do FMI é solução única para resolver os problemas financeiros actuais da nação. É MENTIRA. Foram já várias as opiniões defendendo outras soluções menos penosas para o país e seus cidadãos - é preciso saber qual é a verdadeira dívida; é preciso saber quem pagará que parte dessa dívida. Por outro lado, é patente o receio que as entidades europeias e outras manifestam relativamente ao resultado das eleições em Portugal. Por isso querem acordo pré-eleitoral e por isso impõem pressão sobre os responsáveis políticos nacionais. Vejam até onde já chegou o pânico quando se subscrevem documentos como este, que se intitula de "Um Compromisso Nacional"...
Num tempo breve, como aquele que teremos até às eleições legislativas impõe-se uma polarização séria, clarificadora e bem visível entre aqueles que defendem o "bloco" FMI e aqueles que defendem o "bloco" anti-FMI. Será a intervenção do FMI o elemento que separará aqueles que aceitam a bancarrota do país e aqueles que acreditam e defendem uma alternativa credível de governação à esquerda e que permita aos portugueses a soberania de dizer que NÃO. Será esse o esforço, será essa a luta, para mim também.
|
|
|